O arquipélago de Fernando de Noronha é tido por muitos como a joia do ecoturismo brasileiro por toda sua beleza e exuberância. Aventureiros de todos os níveis podem aproveitar o local para praticar suas atividades favoritas. A única ilha oceânica do Brasil com operações de mergulho, Noronha tem uma incrível riqueza marinha, razão esta para a visita de muitos mergulhadores de várias regiões do Brasil e do mundo.
O Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha é atingido por uma corrente marinha vinda da África, que mantém a temperatura da água quente o ano todo. Com poucos sedimentos, a clareza da água produz excelentes níveis de visibilidade. A formação vulcânica possibilita a visão de incríveis formações rochosas submersas, aonde a vida marinha floresce. A porção emersa do arquipélago abriga o “mar de dentro”, lado protegido dos ventos alísios e tem água limpa e calma na maior parte do ano, condição que só muda com a chegada das grandes ondulações que vêm do norte e noroeste entre dezembro e fevereiro. Nesta mesma época do ano, o mar de fora - que normalmente tem maior influência dos ventos – fica mais calmo e com excelentes condições de navegação de vido às calmarias. Portanto, em Noronha é possível fazer mergulhos incríveis em qualquer época do ano.
O analista financeiro Henri Siro Evrard, 29, visitou o parque em abril de 2013 e ficou maravilhado com a exuberância do local. “A natureza é muito bem preservada em Noronha e também bastante selvagem. É providencial contar com a estrutura montada na ilha para poder aproveitar ao máximo as possibilidades que ela oferece. Em alguns lugares eu diria até que é indispensável”, afirma.
São mais de 20 pontos para mergulho com cilindro de oxigênio, para quem tem o devido curso de formação. Eles estão distribuídos pela região, todos entre 15 e 20 minutos de barco, com saída do Porto de Santo Antônio. Os pontos indicados para os praticantes de nível básico e intermediário são Pedras Secas, Caverna da Sapata, Laje Dois Irmãos e Buraco das Cabras. Para os mais experientes o Cabeço da Sapata é uma das melhores opções da ilha, uma rocha se ergue desde os 42 metros de profundidade e chega quase ate a superfície. Ainda para os mais experientes, a Corveta Ipiranga é um desafio que compensa o esforço. Trata-se de um navio da marinha que naufragou há quase trinta anos e que está a 62 metros de profundidade, tido por muitos como um dos naufrágios mais lindos do mundo.
Atualmente residente em Curitiba, o catarinense Henri Evrard fez seu batismo em Bombinhas. Apesar de se considerar iniciante, já mergulhou nas Bahamas e afirma que Noronha não deixa nada a desejar em relação ao destino caribenho. “A arquitetura das rochas e a formação do fundo são muito peculiares em Noronha. A vida marinha é incrível. Nós avistamos um tubarão de cerca de três metros ao nosso lado. Foi muito emocionante”, revela. O ponto preferido foi o Buraco das Cabras. “O lugar é maravilhoso e apesar de ser um mergulho tranquilo tem um pouco de correnteza. A segurança fica por conta da equipe que nos acompanhou todo o tempo”.
Os interessados em mergulho livre (sem cilindro de oxigênio) também podem encontrar em Noronha paisagens belíssimas. Um dos principais pontos de mergulho do arquipélago, a Baía Sueste é famosa pela presença das majestosas tartarugas marinhas. No local, é possível fazer mergulho, mas o uso do colete salva-vidas é obrigatório para evitar o contato com o solo. O Sueste fica voltado para o mar de fora e a melhor época do ano para o mergulho é entre outubro e março. Na Baía do Sueste há um Posto de Informação e Controle (PIC Sueste), onde os visitantes podem alugar equipamento para mergulho livre. Na estrutura, o visitante pode ainda utilizar sanitários, lanchonete, ducha de água doce, entre outras facilidades.
“O objetivo é oferecer ao visitante diversos serviços que facilitem sua viagem, tornando-a inesquecível e fazendo com que eles sempre voltem ao parque”, afirma Pablo Mórbis, gerente da Econoronha, concessionária que trabalha em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão gestor do parque.
Outro ponto bastante procurado por mergulhadores é a Baía do Sancho, que também tem um PIC, do Golfinho Sancho. Localizada ao sul do Morro Dois Irmãos, a praia é um paraíso de águas claras, circundada por morros cobertos de mata nativa. O Sancho está voltado para o mar de dentro e tem uma formação bem diferente da Baía Sueste, com um fundo de areia paredões rochosos. É possível encontrar tartarugas, raias e uma boa amostra dos coloridos peixes de recife, como moreias, cirurgião, peixe papagaio entre outros. “A passarela construída para o acesso à praia é fundamental para se chegar ao destino. Sem ela seria virtualmente impossível usufruir desse destino. Além disso, a ducha de água doce e a água gelada na volta foram reconfortantes”, diz Henri.